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Mostrando postagens de 2024

A IA diante do universo temático da nossa época

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  E agora, o que dizer sobre a utilização da IA generativa na educação? Há uma intensa propaganda que prega a IA generativa como uma tecnologia digital disruptiva capaz de transformar qualitativamente as práticas pedagógicas. No entanto, há também quem desconfie do seu uso, imaginando que o sentido caracteristicamente humano da educação está ameaçado, correndo o risco do próprio desaparecimento da atividade autêntica do ensino. Apesar do impacto que significou a notícia da IA generativa disponível em modelos como o ChatGPT, não se trata realmente de um entusiasmo original, tampouco de uma inquietação desconhecida. Desde o nosso ingresso na cibercultura somos desafiados a concluir sobre o que pensamos em relação às tecnologias digitais e o seu lugar na educação. Uma vez que estamos reunidos para uma conversa sobre a IA Paulo Freire [1] , parece oportuno recordar algumas das suas ideias para aprofundar o diálogo. Gostaria de me deter especialmente em duas questões desenvolvidas por Pau

A estética no pensamento de Paulo Freire

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Qual a importância da estética no pensamento educacional de Paulo Freire? [1] Apesar de ser uma questão pouco lembrada quando falamos de Paulo Freire, a estética está completamente integrada ao seu pensamento educacional. Em Pedagogia da autonomia (1996), por exemplo, Paulo Freire refere-se à prática de ensinar-aprender como uma experiência total, composta de diferentes elementos, como a política, a pedagogia, a ética e a estética também.  Em Cartas à Guiné-Bissau (1977), Paulo Freire diz que o educador é um político e um artista. Ainda como jovem professor, nos primeiros anos da década de 1940, conta Paulo Freire, ele já se dedicava, em seus estudos sobre gramática, ao que ele chamava de momento estético da linguagem. O fato é que a questão da estética e a concepção da educação como arte estão presentes na sua obra porque para Paulo Freire, educar de modo crítico é um ato de criação, problema que ele amadureceu ao longo da trajetória como educador e autor em inúmeras publicações. U

Madonna featuring Paulo Freire

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O ano é 2024. Paulo Freire é visto em um show da Madonna na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.  Um registro icônico que foi parar no Instagram, viralizando. Ao lado de outras personalidades também em destaque, a imagem de Paulo Freire pareceu política e corretamente ali incluída no show de uma artista tantas vezes vista como disruptiva. No entanto, uma aparição que não deixou de provocar algumas perguntas sobre o motivo da lembrança. Foi uma inclusão legítima ou apenas comercial, em um show contratado por milhões de dólares? Não pretendo discutir aqui a autenticidade de Madonna ou dos seus fãs. Se morasse em Copacabana, ou mesmo próximo ao bairro, acredito que eu teria me animado em assistir no local toda a grandiosidade do evento. Desse modo, não tenho interesse algum em julgar a artista ou seu público. Ainda assim, como pesquisador da obra do Paulo Freire, gostaria de discutir algo que me parece importante hoje, quando tentamos compreender como as redes sociais estão atuando s